São Paulo — Agentes da ViaMobilidade que agrediram um homem até a morte na estação de trem de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, prestarão depoimento nesta quarta-feira (4/12), no 1º Distrito Policial do município. A Polícia Civil investiga o caso, que ocorreu na Linha 8 – Diamante, em 11 de novembro.
Nas imagens de câmeras de segurança, é possível ver que os funcionários imobilizaram a vítima até ela ficar inconsciente. Identificado como Jadson Pires, o jovem morreu em minutos. Uma sindicância foi aberta pela concessionária e os responsáveis foram afastados preventivamente do trabalho.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SPP) destacou que novas imagens foram analisadas pela autoridade policial. Por isso, intimou os agentes envolvidos para prestarem depoimentos. “Os laudos periciais solicitados estão em elaboração e serão anexados ao inquérito assim que concluídos. A natureza inicial da ocorrência poderá ser alterada diante de novas evidências, sem qualquer prejuízo ao inquérito”, apontou a pasta.
Por meio da assessoria de imprensa, a ViaMobilidade garantiu que todas as imagens disponíveis foram cedidas à polícia e que se colocou à disposição para prestar apoio à família da vítima. Além disso, anunciou que 100% dos seguranças da empresa em São Paulo passarão por um processo de reciclagem.
“A companhia informa que repudia qualquer forma de violência e que o comportamento dos profissionais que atuaram na contenção de Jadson Pires não corresponde aos seus valores, treinamento e padrão dos seus procedimentos de segurança e atendimento”, alegou a concessionária.
Assista ao vídeo:
Asfixia após agressão de agentes da ViaMobilidade
Segundo o boletim de ocorrência, obtido pelo Metrópoles, Jadson Pires tinha aproximadamente 23 anos. Um dos agentes, Marcos Paulo, informou que o jovem chegou à estação “transtornado, falando coisas desconexas e forçando a entrada na estação” e foi imobilizado “para evitar que passageiros fossem atingidos”.
“No momento, ele começou a convulsionar e perdeu a consciência. O Samu foi acionado e procedimento de parada cardiorrespiratória iniciado”, alegou. Sobre a imobilização, a equipe de segurança disse que segurou o homem apenas pelos braços e no chão, mas “nada excessivo, somente o necessário”.
A perícia constatou que as costelas de Jadson foram quebradas, assim como lesões no rosto, tórax, ombros, mãos e pernas. O Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Jadson morreu por asfixia mecânica e politraumatismo em decorrência de esganadura.
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