Na reta final das negociações, o governo Lula teme que a Argentina de Javier Milei emperre conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia, que será debatido na reunião do bloco sul-americano nesta sexta-feira (6/12).
Nos bastidores, fontes do governo brasileiro que acompanham as tratativas disseram à coluna nesta quinta-feira (5/12) que, além da França, a posição do governo argentino também é vista hoje com “preocupação”.
Recentemente, a diplomacia argentina já deu dor de cabeça durante a COP29, que aconteceu em Baku, capital do Azerbaijão. No evento, Milei ordenou a retirada da delegação do país sul-americano.
Já na reunião do G20 no Rio de Janeiro, o governo argentino assinou a declaração final da cúpula de última hora, destacando algumas divergências, entre elas, nos artigos sobre a limitação a liberdade de expressão na internet.
Apesar da preocupação do governo brasileiro, o chanceler da Argentina, Gerardo Werthein, afirmou nesta quinta que, embora não considere determinante, o país apoiará o acordo, desde que ganhe algo em troca.
O governo Milei tem pedido aos demais integrantes do Mercosul, por exemplo, que apoiem o pleito argentino de flexibilização para acordos de livre-comércio, para que os países possam fazer acordos por fora.
Acordo próximo?
Na diplomacia brasileira, a expectativa é de que o acordo Mercosul-União Europeia seja ratificado nesta sexta, durante a cúpula dos chefes de Estado do Mercosul que acontece em Montevidéu, capital do Uruguai.
Uma das sinalizações disso seria a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Uruguai. Nesta quinta, Ursula afirmou nas redes sociais que a “linha de chegada do acordo UE-Mercosul está próxima”.
“Vamos trabalhar, vamos atravessá-lo. Temos a chance de criar um mercado de 700 milhões de pessoas. A maior parceria comercial e de investimento que o mundo já viu. Ambas as regiões serão beneficiadas”, afirmou a presidente da Comissão Europeia.
Pressionado pelo setor agropecuário francês, o presidente da França, Emmannuel Macron, reagiu e afirmou que a proposta de acordo “inaceitável do jeito que está”, segundo nota divulgada pelo Palácio do Eliseu.
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