Por: kelven Junio
No Japão, um aumento nos casos de uma doença provocada pela bactéria Streptococcus pyogenes, conhecida coloquialmente como "vírus comedor de ânus", tem levantado preocupações. Apesar do nome inusitado e potencialmente alarmante, essa condição, tecnicamente chamada de Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico (STSS), não possui a capacidade literal de "comer" tecidos, mas sim de causar infecções graves em orifícios naturais do corpo, como o ânus, boca, narinas e genitais.
Os sintomas da STSS incluem febre alta, dor de cabeça, náuseas, dores musculares, vômitos, diarreia e podem evoluir para afetar órgãos vitais, como pulmões, rins e fígado, com uma taxa de fatalidade em torno de 30%. O Japão registrou 474 casos nos primeiros três meses de 2024, indicando uma tendência preocupante, uma vez que a doença já causou surtos em anos anteriores em outras partes do mundo, incluindo Europa, América do Norte e Austrália.
A transmissão do Streptococcus pyogenes ocorre por contato direto com a pele infectada de uma pessoa doente ou com suas secreções, como gotículas expelidas ao tossir ou espirrar, e secreção nasal. Embora a infecção possa ser grave, ela é tratável com o uso de antibióticos, especialmente a penicilina. No entanto, ainda não foi desenvolvida uma vacina para prevenir a infecção por essa bactéria.
Vinícius Borges, um médico infectologista conhecido nas redes sociais como Doutor Maravilha, esclarece que a bactéria é responsável por muitas infecções cotidianas, que podem variar de assintomáticas a casos mais sérios, como infecções de garganta, pele e febre reumática. Importante destacar que, apesar do apelido que ganhou nas mídias, a STSS não é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), nem está diretamente relacionada a práticas sexuais específicas, como o sexo anal.
Esse esclarecimento é essencial para desmistificar informações incorretas e evitar o estigma em torno da doença. A conscientização sobre as vias de transmissão, sintomas, tratamento e medidas preventivas é crucial para controlar a disseminação do STSS e proteger a saúde pública, especialmente em regiões com surtos recentes.
SAIBA MAIS:
Muitas pessoas já são portadoras assintomáticas dessa bactéria, ou seja, têm ela no corpo mas nunca sentiram nada. Provavelmente cepas menos agressivas. Não é IST! Tem nada a ver com beijo grego essa bactéria. Ela está na pele, nas secreções e nos orifícios citados, então se…
— Vinícius Borges (@DoutorMaravilha) March 26, 2024