A operação da Polícia Federal (PF) contra um grupo miliciano suspeito por lavagem de dinheiro atuava há pelo menos 20 anos em Feira de Santana. De acordo com a PF, em uma década a milícia desviou cerca de R$ 100 milhões. O deputado estadual Binho Galinha, um dos mais votados da cidade nas eleições de 2022, com mais de 49 mil votos, é o suspeito de comandar o grupo.
As investigações da PF começaram após o recebimento de um ofício do Ministério Público da Bahia (MP-BA), onde as suspeitas dos crimes foram relatados. A apuração durou cerca de um ano e quatro meses, período em que foi confirmado pela PF que o grupo fazia lavagem de dinheiro de jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada e desmanche de veículos.
Os policiais atuavam como “braço armado” da milícia, fazendo as cobranças das dívidas por agiotagem e jogo do bicho.
Os empreendimentos tinham licenciamento para funcionar, mas atuavam para lavagem de dinheiro. A PF não deu detalhes sobre os nomes das empresas, mas afirmou que os funcionamentos de todas elas foram suspensos.
Ao todo, 10 mandados de prisão preventiva foram cumpridos nesta quinta. Seis pessoas foram presas e quatro seguem foragidas, mas nenhuma delas é o deputado estadual Binho Galinha. A PF não especificou quem são os presos e foragidos, porém, a Polícia Militar informou, em nota, que os três investigados estão na Coordenadoria de Custódia Provisória. à disposição da justiça.
Binho Galinha não pode ser preso preventivamente por ser deputado estadual e, por isso, ter o direito conhecido como “foro privilegiado”.