O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inicia a agenda de viagens internacionais do ano em fevereiro em roteiro pelo continente africano. O petista vai passar pelo Egito e pela Etiópia entre 15 e 18/2, e ainda planeja visitar a Guiana, nação sul-americana, no fim do mês.
Em março, Lula receberá o presidente da França, Emmanuel Macron, em Brasília. O encontro está marcado para o dia 27, segundo o Metrópoles informou em dezembro. Há ainda a previsão de uma visita oficial do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, no mesmo mês.
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Após um ano de mandato marcado por viagens ao exterior — foram 15 saídas do Brasil com visita a 24 países em 2023 —, Lula prometeu priorizar os compromissos em território nacional nos próximos meses, com foco nas ações do governo federal em ano de eleições municipais.
O chefe do Planalto, porém, não deve negligenciar a pauta internacional, principalmente, em função da Presidência do Brasil no G20, até novembro.
Programação no exterior
O presidente Lula abre o primeiro giro internacional do ano desembarcando em Cairo, no Egito, onde se reunirá entre 15 e 16 de fevereiro com o presidente Abdel Fattah al-Sissi. O encontro ocorre meses após o governo do país africano oferecer apoio ao Itamaraty para a retirada de brasileiros e familiares da Faixa de Gaza, a partir da fronteira com o Egito.
Em 17 e 18 de fevereiro, o presidente brasileiro estará em Adis Abeba, capital da Etiópia, para participar da reunião de chefes de Estado e de governo da União Africana. No ano passado, a organização que reúne as 54 nações do continente africano se tornou membro permanente do G20 – bloco formado pelas maiores economias do mundo.
Em 2023, Lula priorizou visitas a outras regiões, apesar de reforçar nos discursos a importância de manter uma relação diplomática próxima de nações africanas (veja a lista de viagens e datas mais abaixo). Nos últimos 12 meses, Lula teve 14 agendas com líderes da África, entre reuniões bilaterais e telefonemas, segundo levantamento do Metrópoles com base na agenda presidencial.
O chefe do Planalto também determinou a abertura de representações do Brasil em Freetown (Serra Leoa), fechada ainda em 2020, na gestão do então chanceler Ernesto Araújo; e a abertura do novo posto em Kigali (Ruanda) e um Consulado-geral em Luanda (Angola).
Segundo o Itamaraty, o ministério ainda realiza “os trâmites administrativos necessários para a efetiva abertura dos postos”.
Esta será a segunda viagem do petista para o continente. Em agosto do ano passado, ele esteve na África do Sul para participar da Cúpula dos Brics, e esticou a viagem para Angola e São Tomé e Príncipe.
O roteiro ocorreu cerca de um mês depois de uma parada técnica em Cabo Verde. Na ocasião, o chefe do Planalto lembrou a dívida histórica que tem com os países africanos.
Visita à Guiana e embate com Venezuela
No fim de fevereiro, Lula planeja visitar a Guiana por ocasião da cúpula anual da Comunidade e Mercado Comum do Caribe (Caricom). O evento está marcado para o dia 28, e o Brasil deve participar como convidado, uma vez que não integra o bloco.
Há alguns meses, o governo da Guiana enfrenta período de instabilidade em função do embate territorial travado pela Venezuela. Em meados de novembro, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, reivindicou a região de Essequibo, terreno fértil para a exploração de petróleo e outras riquezas.
Por mais de uma vez, Lula se disponibilizou a mediar o conflito em solo brasileiro. Nessa quinta-feira (25/1), representantes do governo guianês e venezuelano se reuniram com o ministro das Relações Exteriores (MRE) do Brasil, Mauro Vieira, no Palácio Itamaraty.
Foi o primeiro encontro da comissão conjunta de chanceleres e técnicos dos dois países, criada para discutir as tensões relacionadas a Essequibo. Os representantes dos dois países se comprometeram em falar da paz e encontrar um ponto em comum para evitar eventual escalada do conflito.
Visita dos europeus
Em dezembro, Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, acertaram uma data para a visita do francês a Brasília. O martelo foi batido no último encontro presencial entre os dois líderes, às margens da 28ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes.
Foi na ocasião que Macron jogou um balde de água fria nos planos do presidente Lula de concluir as negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) ainda no ano passado, durante a presidência do Brasil no bloco sul-americano.
Em coletiva de imprensa, o presidente da França defendeu que o acordo era “antiquado” e incoerente com a política ambiental brasileira. Lula, por sua vez, disse não se surpreender com o posicionamento francês, e estabeleceu que, pelo menos, ficaria claro quem seria o responsável por “travar” a criação da maior zona de livre comércio do mundo.
O Itamaraty também prepara a visita de outro líder europeu, o premiê espanhol, Pedro Sanchez, também em março. A data da visita do chefe de governo ainda não foi firmada, segundo fontes da diplomacia brasileira. A expectativa, no entanto, é de que o encontro ocorra ainda na primeira quinzena do mês.
Veja todas as viagens internacionais feitas por Lula em 2023:
- 1) Argentina e Uruguai – De 22 a 25 de janeiro;
- 2) Estados Unidos – De 9 a 11 de fevereiro;
- 3) China e Emirados Árabes – De 13 a 16 de abril;
- 4) Portugal e Espanha – De 21 a 26 de abril;
- 5) Reino Unido – 5 e 6 de maio;
- 6) Japão – De 18 a 21 de maio;
- 7) Itália, França e Vaticano – De 19 a 24 de junho;
- 8) Argentina – 3 e 4 de julho;
- 9) Colômbia – 8 de julho;
- 10) Bélgica e Cabo Verde – De 16 a 19 de julho;
- 11) Paraguai – 14 e 15 de agosto;
- 12) África do Sul, Angola e São Tomé e Príncipe – De 20 a 27 de agosto;
- 13) Índia – De 7 a 11 de setembro;
- 14) Cuba e Estados Unidos – De 15 a 21 de setembro;
- 15) Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos e Alemanha – De 27 de novembro a 6 de dezembro.