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A Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um procedimento administrativo disciplinar [PAD] contra o delegado Maurício Demétrio Alves. Ele é alvo de diferentes investigações, como no caso Marielle Franco e na extorsão a comerciantes.
Demétrio foi acusado pelo Ministério Público do Rio de vazar informações sigilosas da investigação envolvendo o assassinato da vereadora, causando eventual dano às diligências. O MP também descobriu que, um dia após a execução de Marielle, o delegado comemorou o homicídio em mensagens enviadas a outro policial via WhatsApp [veja abaixo].
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Delegado Maurício Demétrio
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Atualmente, Maurício Demétrio está preso acusado de chefiar uma quadrilha para extorquir comerciantes. Levando uma vida de milionário, o delegado foi denunciado e preso em 2021 por cobrar dinheiro de lojistas para fazer vista grossa à venda de mercadorias falsificadas.
O procedimento administrativo disciplinar foi aberto este mês [em 9/10] pelo corregedor-geral da Polícia Civil do RJ, Gilberto Ribeiro, e pode culminar com a demissão de Demétrio dos quadros da corporação.
Mensagem interceptada
Diálogos interceptados pelo Ministério Público mostram que, em 15 de março de 2018, um dia após a execução de Marielle Franco, Maurício Demétrio escreveu:
“O enterro da vereadora será no Caju. Mas a comemoração alguém sabe onde será?”.
A mensagem foi dirigida ao também delegado Allan Turnowski, que respondeu Demétrio com emojis de risos. Turnowski chegou a chefiar a Polícia Civil antes de ser preso acusado de envolvimento com organizações criminosas.
Cobrança de propina
Maurício Demétrio é acusado de receber propina para permitir a venda de mercadorias falsificadas, sobretudo artigos de vestuário. O policial teve um pedido de habeas corpus negado pela Justiça do Rio de Janeiro em agosto deste ano.
Em março, o delegado foi novamente denunciado pelo Grupo de Ação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
A acusação foi de obstrução da Justiça durante investigações sobre um esquema de propina na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), que era comandada por ele.
Demétrio esteve envolvido em diversas polêmicas antes de ser preso. Ele chegou a forjar um flagrante contra o prefeito do Rio, Eduardo Paes, a pagar um detetive para seguir a própria amante e fingiu ser uma mulher em operação falsa.
Dossiês
Como delegado, Maurício Demétrio também era conhecido por criar dossiês e acusações falsas contra desafetos dentro da Polícia Civil.
Em 2008, o delegado denunciou o ex-chefe da PC e deputado cassado Álvaro Lins por distribuir cargos em troca de conivência com o jogo em máquinas de caça-níqueis. No mesmo ano, deu entrada em um processo por danos morais contra o então governador Anthony Garotinho, depois de ser acusado de tentar extorquir empresários ligados do grupo Bayer.
Demétrio cumpre prisão preventiva no Complexo de Gericinó, em Bangu. O processo disciplinar aberto contra o delegado apura o descumprimento de condutas previstas no Estatuto dos Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Decreto-Lei 220/75) e no Código de Ética da Polícia Civil (Decreto-Lei 218/75).
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