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Em cada fase de nossas vidas enfrentamos desafios específicos da faixa etária em que estamos. No início, estamos aprendendo tudo, depois, são as emoções e os hormônios que dão as caras; em seguida, a maturidade tende a aparecer e, então, nossa saúde começar a declinar à medida que nos aproximamos do fim de nossas vidas. Esse é mais ou menos o processo natural para a maioria das pessoas, e, de todas as fases, falar na terceira idade ou do universo dela é um assunto que a sétima arte por muito tempo se manteve afastada, mas que, felizmente, nos últimos tempos, as produtoras têm olhado com mais carinho não só para as histórias, mas também para os atores e profissionais que já possuem cabelos brancos. É nessa pegada o longa ‘Nosso Amigo Extraordinário’, uma inesperada e emocionante ficção-científica que acaba de chegar ao catálogo da Netflix.
Milton (Ben Kingsley) é viúvo e mora sozinho em sua casa. Com alguma frequência, sua filha Denise (Zoe Winters) o visita e o ajuda a pagar os boletos e a organizar as coisas da sua vida. Porém, certos comentários e comportamentos fazem com que ela desconfie que seu pai esteja começando a ter algum problema de memória. Toda semana Milton vai ao conselho administrativo do bairro onde se queixa das mesmas questões – reivindicando a colocação de uma faixa de pedestre em determinada rua e a mudança do slogan do bairro. Descreditado por todos, Milton segue sua vida tranquilamente até que um estrondo em seu quintal o desperta no meio da noite. Ao se aproximar, percebe que uma nave extraterrestre acabara de cair e uma criatura – ou melhor um ET – precisa de ajuda. Inicialmente temeroso, aos poucos Milton e a criatura começam a construir uma amizade, mas, o que era para ser segredo acaba sendo descoberto por Sandy (Harriet Sansom Harris) e Joyce (Jane Curtin), duas idosas do bairro.
Com uma hora e meia de duração ‘Nosso Amigo Extraordinário’ tem um argumento belíssimo e comovente: dentro do universo da terceira idade, que não é levada a sério e cujos problemas de cognição começam a aparecer, quem acreditaria em um idoso falando que tem um ET dentro de casa?
É claro que o roteiro de Gavin Steckler faz uso da ficção científica para disfarçar diversas metáforas que articula o enredo de maneira poética e, justamente por isso, é bastante emocionante. A metáfora do ET é a mais evidente delas, podendo ser entendida como uma pessoa estrangeira (que, em inglês, se chama alien) ou como um ser de outro planeta, ou mesmo ainda como o início de uma doença cognitiva degenerativa simbolizada a partir da chegada desta criatura.
Independentemente de como se interprete, é a chegada desse ser na vida desses três idosos que traz alguma novidade na rotina de medicamentos e esvaziada de propósito deles. O diretor Marc Turtletaub (de ‘Pequena Miss Sunshine’) imprime leveza ao abordar temas profundamente dolorosos e comuns a todos, tais como o abandono afetivo dos filhos com relação aos pais idosos e a falta de preparo social para lidar com as necessidades dessa população cada vez maior e mais longeva.
Engraçado, dramático, surreal e surpreendentemente emocionante, ‘Nosso Amigo Extraordinário’ pode arrancar lágrimas ao final. Uma dessas pequenas joias que brilham no catálogo da Netflix.
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