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Mesmo com decisões judiciais favoráveis, o paciente de aneurisma Jhonatan Salgado (foto em destaque), de 35 anos, não teve acesso a um leito de unidade de terapia intensiva (UTI) nem ao tratamento necessário para sobreviver.
Jhonatan é autônomo e está internado no Hospital de Base de Brasília. Segundo a irmã dele, a advogada Nara Lana Salgado, 30, médicos classificam o quadro de saúde do paciente como gravíssimo.
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“A família está desesperada. Minha mãe só sabe chorar. Os médicos avisaram que ele corre o risco de sofrer outro aneurisma e, se isso acontecer, ele pode morrer”, desabafou.
O autônomo passou mal na sexta-feira (9/6) passada. Enquanto conversava com um cliente, sentiu dor de cabeça e palpitação. Jhonatan foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia.
Os médicos diagnosticaram uma crise de ansiedade, e ele recebeu remédio para se acalmar. Mas não melhorou. Na madrugada de sábado (10/6), passou por uma tomografia no Hospital Regional de Ceilândia (HRC).
O exame não foi conclusivo, mas apontou algo no lado direito do cérebro. Na manhã de sábado, Jhonatan foi para o Base e passou por nova tomografia e por uma angiotomografia. O exames diagnosticaram o aneurisma.
Gravíssimo
Segundo Nara, os médicos classificaram o caso como gravíssimo, com necessidade urgente de operação. Mas Jhonatan não teve acesso a um leito na UTI para o pós-operatório.
Uma alternativa para mitigar o risco seria uma angiografia, procedimento que iria aliviar o sangramento no cérebro. Mas o autônomo também não conseguiu o tratamento.
A família entrou na Justiça. Conquistou uma sentença determinando ao acesso à UTI e outra à angiografia. Mesmo assim, nada foi feito até a noite de quarta-feira (14/6).
“Eles disseram que iriam fazer a angiografia no meu irmão na manhã de quarta-feira. Mas alegaram que não havia anestesista disponível e adiaram”, afirmou Nara.
Além de recorrer à Justiça, a família decidiu lançar uma vaquinha a fim de arrecadar fundos para pagar o tratamento na rede privada neste link. O orçamento preliminar da operação é de R$ 150 mil.
Outro lado
O Metrópoles entrou contato com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), responsável pelo Base, sobre o caso. Por nota, o órgão argumentou que remarcações de cirurgias podem ocorrer.
No entanto, afirmou que o procedimento foi remarcado para sexta-feira. O instituto não comentou a questão do leito de UTI.
Leia a nota completa:
“O IgesDF informa que há situações em que acontecem remarcações, considerando que a prioridade se dá pela gravidade da situação dos pacientes, ou seja, a prioridade é do mais grave e o critério é a condição clínica do paciente. O Instituto informa ainda que o HBDF é o único na rede Sus no DF (Ses/IgesDF) a realizar tal procedimento e que o paciente JS está com o procedimento remarcado para sexta-feira.”
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