25/6/22 às 11:01, Atualizado em 25/6/22 às 12:49
Alunos de escolas públicas do DF marcam presença na Feira do Livro
São esperados até este domingo (26) oito mil estudantes das 14 regionais de ensino
Lúcio Flávio, da Agência Brasília | Edição: Carolina Lobo
Aos 10 anos, Elise Feitosa, conhecida como Elisefefê, já é escritora, com direito a autógrafo e entrevista no lançamento do livro na 36ª edição da Feira do Livro de Brasília (FeLiB), evento que tem as atividades encerradas neste domingo (26), no Complexo Cultural da República. Sua história, intitulada #Viralizei, tem como temática assunto delicado e atual: o dolorido período da pandemia da covid-19, em que várias pessoas sofreram enclausuradas e com a perda de parentes. A ideia de escrever a obra, aliás, realizada durante os dois anos do auge da crise sanitária, nasceu um ano antes, em uma visita à FeLiB.
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“Foi em 2019, quando visitei a feira pela primeira vez e fiquei encantada com o tanto de livros e escritores”, lembra a jovem literata, dona de retórica contagiante. “Pensei comigo: ‘também posso lançar meu livro, também quero ser escritora’, então prometi que voltaria para lança-lo aqui”, conta a estudante, atendida no programa de altas habilidades de superdotação do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 04 do Gama.
Fã de Maurício de Sousa e das fábulas de Monteiro Lobato, Elise se envereda pela narrativa lúdica, claro, para falar sobre os perigos e cuidados que as pessoas devem ter durante essa fase difícil da humanidade, os sintomas da doença e os benefícios da vacina. “Quem narra a história é o coronavírus, que faz um desabafo por causar tantos problemas às pessoas”, resume a escritora-mirim, entregando o plot criativo da trama que é sucesso entre os colegas.
É o caso dos estudantes de 9 e 10 anos da Escola Classe (EC) 62 de Ceilândia, que visitaram pela primeira vez o evento e estavam encantados não apenas com o espaço, a quantidade de livros, de gente, mas de experiências extraordinárias, como o da pequena notável Elisefefê. “Muito legal o trabalho dela. Mostra que a gente também pode tentar escrever histórias”, observa, muito bem, a esperta Isabelly Victória Barbosa, 9 anos, aluna da EC 62 de Ceilândia. “Nunca tinha vindo na Feira do Livro, estou gostando bastante, muita novidade”, sentencia.
Coordenadora pedagógica da Escola Classe Altamir, localizada no núcleo rural de Planaltina, Meire Ellen explica que a visita de 32 alunos da 1ª e 5ª série da instituição foi uma experiência ímpar em todos os sentidos. “Muitos deles nunca tinham vindo a Brasília, ao Plano Piloto, então foi uma aventura maravilhosa para muitos”, defende. “E muitos queriam conhecer a feira, que ouviram falar da televisão. A maioria deles gostam de livros, de leitura, então é um momento rico”, acrescenta.
Segundo a organização do evento, a expectativa é de que cerca de oito mil estudantes das 14 regionais de ensino da Secretaria de Educação passem pelo tradicional evento literário até este domingo (26). “Tivemos uma participação bacana. É maravilhoso ter alunos pela manhã, à tarde e à noite no evento, frequentando os corredores, trocando experiências com livros, escritores, contadores de histórias”, avalia o curador e porta-voz do encontro, Marcus Linhares. “Outro dia, aqui estava cheio de alunos do EJA [Educação de Jovens e Adultos] e do ensino médio que assistiram, encantados, a um show de rock de um garoto autista, um momento inspirador”, conta.